A Praia do Futuro, em Fortaleza, vai além de ser um destino turístico deslumbrante; é também o segundo maior hub de cabos submarinos de fibra óptica do mundo, ficando atrás apenas de Shima, no Japão. Este artigo explora a infraestrutura que faz de Fortaleza uma peça crucial na conectividade global, enquanto enfrenta o desafio representado pelo polêmico projeto de dessalinização.
Conectividade Global em Fortaleza:
De acordo com a Empresa de Tecnologia e Informação do Ceará (Etice), Fortaleza abriga 18 cabos submarinos de dados, consolidando-se como um hub vital para a transmissão de dados entre continentes. A Praia do Futuro, antes reconhecida por suas águas cristalinas, agora é celebrada como o epicentro onde os cabos submarinos se conectam, ligando o Brasil a diversas regiões, incluindo África, Europa, e América do Norte e Central.
Infraestrutura dos Cabos Submarinos:
A internet, em sua forma atual, depende significativamente de pontos físicos de conexão. Os cabos submarinos de fibra óptica, instalados no leito oceânico, cruzam oceanos para conectar dois pontos terrestres, conhecidos como Data Centers. Fortaleza tornou-se um hub essencial nesse ecossistema, proporcionando uma ponte vital entre continentes.
Desafio da Dessalinização e Confronto de Interesses:
Enquanto Fortaleza destaca-se na conectividade global, um projeto de dessalinização na Praia do Futuro tem gerado divergências. O governo estadual busca aproveitar a água do mar para o consumo humano, mas as empresas de internet expressam preocupações sobre o potencial impacto nos cabos submarinos.
Empresas do setor afirmam que a instalação da usina pode romper os cabos no mar e em terra, resultando em um possível apagão de internet no país. Luiz Henrique Barbosa, da Associação de Prestadores de Serviços de Telecomunicações, alerta sobre a demora na restauração dos serviços após uma ruptura de infraestrutura desse tipo.
Posicionamentos e Medidas de Mitigação:
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará, responsável pelo projeto, assegura que o ponto de captação da água do mar foi deslocado para uma área segura em relação aos cabos submarinos. Afirma que medidas foram tomadas para evitar riscos à infraestrutura de comunicação existente.
A Anatel, embora recomende a construção da usina, sugere sua localização em um local distinto para preservar totalmente os cabos submarinos. A agência destaca a importância de garantir que a comunicação no Brasil não seja afetada.
Conclusão
Fortaleza vive uma dualidade única, sendo um hub essencial para a conectividade global, enquanto enfrenta desafios locais relacionados à utilização de seus recursos naturais. O equilíbrio entre o avanço da infraestrutura de cabos submarinos e a implementação de projetos locais é crucial para garantir uma conectividade contínua e confiável. O futuro de Fortaleza como ponto vital na rede global de dados dependerá da habilidade em conciliar esses interesses diversos.